quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Apenas uma


Uma lágima, e apenas uma. Fugia do canto do olho da moça, como que apressada. Percorria pelo seu rosto como quem quer ter liberdade, nem que só por um momento. Levava consigo todo peso, toda decepsão, todo ódio que o coração da menina carregava. E aquela única gota que deslizava pelo rosto triste da menina, levava tudo aquilo que os ombros dela já não conseguiam carregar. Todos os choros que ela já havia guardado, todos os abraços que já havia sentido falta.
Mas a lágrima subtamente parou ao chegar no fim de seu rosto; como a menina parou frente a maior decisão que ela jamais tomaria. A gota gentilmente escorreu pelo queixo da garota, como se tirasse todas as responsabilidades e os anceios da mente da menina.
Ela levantou a cabeça, enxugando a gota que agora corria pelo canto de seu pescoço. Deixou para trás as dúvidas, deixou para trás os medos. Deixou para trás a única lágrima que seus olhos derramaram naquele dia. Ela simplesmente a enxugou, porque ela é forte demais para estes sofrimentos, porque ela não aguenta mais manter seu rosto baixo.

Para a @LuuAyoub, porque este foi o melhor jeito que eu encontrei de dizer "muito obrigada".

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Só questão de opinião?


"O futuro não é mais como era antigamente"

Quando se pensa nos anos 60, tenho certeza de que imagina-se saias rodadas de bolinhas, e quando pensa nos anos 70, imagina-se hippies com suas calças boca de sino. Fico a pensar o que nossos netos imaginarão dos "anos 10".
Que tipo de herança os jovens de hoje deixarão, se as músicas, assim como as roupas e os pensamentos, não tem ideologia? Os adolescentes se preocupam mais com a próxima festa do que com a próxima geração.
O problema não é transitar entre os diversos grupos, se isso de fato construir uma identidade, o problema não é usar calças verde-limão, ou arrumar o cabelo de determinada maneira, se isso representar quem você realmente é, o problema é se arrumar, falar e ouvir determinas músicas exclusivamente porque está na moda.
Frente as músicas, aos estilos, aos cortes de cabelo e as "intervenções" pelo corpo, vejo que aos que prezam por ter uma ideologia, uma identidade própria e personalidade, só resta viver dos resquícios de identidades passadas.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Deus,

Venho através dessas mal escritas palavras tentar me comunicar com você.
Eu posso imaginar quantos pedidos, promessas, medos e anseios chegam até você... Mas eu só quero uma conversa. Não sei se você existe, mas estou em um momento da minha vida no qual prefiro acreditar que há realmente uma força superior decidindo o rumo dos acontecimentos. Eu acho curioso como a sua imagem consegue influenciar tantas pessoas, como os seus mandamentos são tão fielmente seguidos, mesmo ninguém nunca tendo te visto. Eu quero ajuda, porque não consigo crescer; porque não sei se tenho maturidade para tudo que vem acontecido comigo. Eu sei que o Senhor sabe o quanto eu me preocupo com todos os problemas do mundo, e espero que entenda o quão desesperada eu estou neste momento. Eu te peço com toda a minha humildade, que por favor o Senhor consiga pelo menos me ajudar um pouco... Eu tenho tido muitas dúvidas sobre o mundo como ele é, e sobre as pessoas como elas são.
Eu perdi um pouco a fé nas pessoas. Talvez esta carta não seja propriamente para você, e sim uma tentativa desesperada de conversar comigo mesma.
Se você está aí, em algum lugar dessa imensidão azul, por favor me mande ajuda? Eu não estou pedindo para que você resolva todos os meus problemas, quero apenas um sinal de que você está aí em algum lugar.

Espero que você me ajude a me ajudar.
Com amor,
Rebeca Diaz Degenszajn, 13 anos. São Paulo - SP.

domingo, 3 de outubro de 2010

E como uma panela de pressão,

preciso liberar o meu fervor antes que eu exploda; e a solidão tem sido a minha válvula de escape.