sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz Ano Velho

Nunca escrevi com a intenção de que o que eu escrevesse mudasse algo. Mas agora eu posso ver que o que eu escrevo mudou tudo. Mudou o meu tudo. A verdade é que se eu só tivesse mais alguns instantes, é assim que gostaria de passá-los: rabiscando palavras em direção ao amanhecer. Achei como me expressar, como me libertar.
É só que escrever me mudou, e é nisso que eu acredito. As pessoas, a dedicação... É a isso que eu vou me dedicar, a ser feliz. A sair dessa necessidade constante de criar uma barreira contra tudo. Contra o amor. Contra o carinho. Não é assim que eu quero ficar. É só que encontrei a minha válvula de escape. São os sentimentos convertidos em palavras e as minhas lágrimas escorrendo no papel em forma de poesia. E é isso, são as palavras que eu dedico a minha felicidade.


A vocês dedico minha melhor poesia, composta pela alegria e pela agonia.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Nem tanto ao mar


Nem tanto ao céu"


A verdade é que é assim que nós procuramos viver a vida: nem tanto ao mar, nem tanto ao céu. E é esta busca pelo equilíbrio que tanto me cansa. A verdade é que eu quero os vícios e não as virtudes, quero os altos e baixos, quero as loucuras, quero os erros. Eu quero as ideias, e não os ideais. Quero parar com esse sentimento constante de não estar agradando, quero transitar livremente por aquilo que me faz feliz, quero achar quem pense como eu penso, que sinta como eu sinto, que ame como eu amo. Que concorde que maquiagem não embeleza os sentimentos; que concorde que salto alto não engrandece a alma. Quero alguém que não suma na multidão, e que não estampe um sorriso pré-fabricado no rosto enquanto seu peito grita de desespero. Quero alguém como você.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Se eu soubesse.


Se eu soubesse que era a última vez, não teria feito do jeito que fiz; não teria falado do jeito que eu falei. Teria tido cuidado para que fosse perfeito. Não que mudasse muito, não é? Depois era só o final. Mas era o final para você, e não para mim. A verdade é que ainda dói, sabe? Queria ter mudado as coisas. É só que se eu soubesse que era a última vez, teria te abraçado com todo amor do meu corpo e sussurrado que eu te amo ao pé do seu ouvido. Mas agora já passou. É confuso, não é? Passou, e agora todas as cartas que eu escrevo não tem mais remetente. É triste pensar que mesmo que eu soubesse, não poderia ter mudado nada. Ou talvez sim. Ou talvez tudo que eu precisasse era te tocar de novo, ouvir tua voz.
É só que as vezes sinto seu cheiro em mim.

Pés na Areia


Fechei meus olhos e deixei que a brisa invadisse o meu rosto. Os pés afundados na areia, o sol já havia se escondido. As ondas quebravam nas pedras, apagavam as pegadas que deixamos na beira do mar. Talvez esse não seja o momento certo para dizer que eu sinto a sua falta.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Medo


E são os amores, os amigos, os choros, as dores, tudo preso a essa grande âncora que insiste em ficar amarrada à você. E o que fazer quando o medo te queima, o medo te leva, o medo te mata? E se a cada légua que você despenca, mais perto você está do fundo do mar; o que fazer quando você chega ao fundo do poço e ninguém estende a mão para te ajudar? E quando até o mais corajoso dos heróis se deu por vencido? E quando até aquilo que você julgou tão surreal acontece, e as suas forças são dilaceradas pela realidade?